quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O “h”

Muito tem se falado sobre o “h”, que este sumiu definitivamente de algumas palavras. Bom, de acordo com o acordo ortográfico não se sabe que o “h” desapareceu assim sem deixar vestígios.
Em Portugal, a palavra “húmido” recebia o “h” que, neste caso, foi suprimido. Mas, até então, é o único caso constatado, o qual não afeta diretamente a língua escrita no Brasil.
O h mantém-se por etimologia nos casos que conhecemos: hoje, homem, humor, hora, haver, hélice, bem como nas adoções convencionais: hã?, hem?, hum!. Da mesma forma acontece com a supressão já consagrada: erva, ao invés de herva e também das interjeições: ah!, oh!. Nos casos de aglutinação, o “h” é englobado no seu precedente e desaparece: desumano, inábil, lobisomem, reabilitar, reaver. Vale lembrar que nos casos de palavra composta o hífen é empregado quando o segundo termo começa com “h”: pré-história, anti-higiênico, contra-haste, etc. Assim, nosso “som mudo” continua marcando presença, mesmo que caladinho no cantinho dele!
Por que uma nova reforma da ortografia?


Argumentos a favor

Øa Língua Portuguesa é a única que tem (tinha) duas grafias oficiais;
Øsimplicidade de ensino e aprendizagem;
Øunificação de todos os países de língua oficial portuguesa;
Øfortalecimento da cooperação educacional dos países da CPLP (o português pode se tornar um dos idiomas oficiais da ONU);
Øpreparação de um vocabulário técnico-científico comum.


Cronologicamente

Ø1943– Em vigência até 2008.
Ø1971 –Mudam alguns acentos gráficos (êle/ele; sòmente/somente; sôbre/sobre; sózinho/sozinho...).
Ø1990 – Celebrado o Acordo que foi assinado pelos sete países lusófonos – CPLP. Unificação da ortografia portuguesa, que, para entrar em vigor, cada país deverá ratificar.
Ø2008 – Em 29 de setembro, foi assinado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva o Decreto 6.586 que promulga o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.
Ø2009 – Entrou em vigor em 1º de janeiro de 2009 a nova ortografia da Língua Portuguesa aprovada em 1990.
Ø2012 – Encerra-se o prazo de implantação da Reforma Ortográfica (quatro anos para a implantação plena do acordo).

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Uso do hífen
com prefixos

As observações a seguir referem-se ao
uso do hífen em palavras formadas por
prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou
por elementos que podem funcionar
como prefixos (aero, agro, auto, eletro,
geo, hidro, macro, micro, mini,
multi, neo etc.).
Casos gerais
1. Usa-se o hífen diante de palavra
iniciada por h.
Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar
com a mesma letra com que se inicia
a outra palavra. Exemplos:
micro-ondas
anti-inflacionário
sub-bibliotecário
inter-regional
3. Não se usa o hífen se o prefixo
terminar com letra diferente daquela
com que se inicia a outra palavra.
Exemplos:
autoescola
antiaéreo
intermunicipal
supersônico
superinteressante
agroindustrial
aeroespacial
semicírculo
* Se o prefixo terminar por vogal e a
outra palavra começar por r ou s, dobram-
se essas letras. Exemplos:
minissaia
antirracismo
ultrassom
semirreta
Casos particulares
1. Com os prefixos sub e sob, usa-se
o hífen também diante de palavra iniciada
por r. Exemplos:
sub-região
sub-reitor
sub-regional
sob-roda
2. Com os prefixos circum e pan,
usa-se o hífen diante de palavra iniciada
por m, n e vogal. Exemplos:
circum-murado
circum-navegação
pan-americano
3. Usa-se o hífen com os prefixos ex,
sem, além, aquém, recém, pós, pré,
pró, vice. Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
vice-rei
4. O prefixo co junta-se com o segundo
elemento, mesmo quando este se
inicia por o ou h. Neste último caso,
corta-se o h. Se a palavra seguinte começar
com r ou s, dobram-se essas letras.
Exemplos:
coobrigação
coedição
coeducar
cofundador
coabitação
coerdeiro
corréu
corresponsável
cosseno
5. Com os prefixos pre e re, não se
usa o hífen, mesmo diante de palavras
começadas por e. Exemplos:
preexistente
preelaborar
reescrever
reedição
6. Na formação de palavras com ab,
ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra
começada por b, d ou r. Exemplos:
ad-digital
ad-renal
ob-rogar
ab-rogar

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

ACENTUAÇÃO

Como era: Assembléia, platéia, idéia, colméia, paramóia, Coréia, Jibóia.Nova regra: Não se acentuam os ditongos abertos - ei ou oi - nas palavras paroxítonas.OBS: acento nos ditongos - éi ou ói - permanece nas palavras oxítonas e monossílabas tônicas de som aberto: herói, constrói, dói,anéis, papéis, anzóis.O acento no ditongo aberto - éu - permanece: chapéu, véu, céu, ilhéu.
Uso do hífen
com compostos

1. Usa-se o hífen nas palavras compostas
que não apresentam elementos
de ligação. Exemplos:
guarda-chuva, arco-íris, boa-fé,
segunda-feira, mesa-redonda,
vaga-lume, joão-ninguém,
porta-malas, porta-bandeira,
pão-duro, bate-boca
* Exceções: Não se usa o hífen em
certas palavras que perderam a noção
de composição, como girassol, madressilva,
mandachuva, pontapé,
paraquedas, paraquedista, paraquedismo.
2. Usa-se o hífen em compostos que
têm palavras iguais ou quase iguais,
sem elementos de ligação. Exemplos:
reco-reco, blá-blá-blá,
zum-zum, tico-tico,
tique-taque, cri-cri, glu-glu,
rom-rom, pingue-pongue,
zigue-zague, esconde-esconde,
pega-pega, corre-corre
3. Não se usa o hífen em compostos
que apresentam elementos de ligação.
Exemplos:
pé de moleque, pé de vento,
pai de todos, dia a dia, fim de semana,
cor de vinho, ponto e vírgula, camisa
de força, cara de pau, olho de sogra
Incluem-se nesse caso os compostos
de base oracional. Exemplos:
maria vai com as outras,
leva e traz, diz que diz que,
deus me livre, deus nos acuda,
cor de burro quando foge,
bicho de sete cabeças,
faz de conta
* Exceções: água-de-colônia, arco-
-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-
-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará,
à queima-roupa.
4. Usa-se o hífen nos compostos entre
cujos elementos há o emprego do
apóstrofo. Exemplos:
gota-d’água, pé-d’água
5. Usa-se o hífen nas palavras compostas
derivadas de topônimos (nomes
próprios de lugares), com ou sem
elementos de ligação. Exemplos:
Belo Horizonte —
belo-horizontino
Porto Alegre —
porto-alegrense
Mato Grosso do Sul —
mato-grossense-do-sul
Rio Grande do Norte —
rio-grandense-do-norte
África do Sul —
sul-africano
6. Usa-se o hífen nos compostos que
designam espécies animais e botânicas
(nomes de plantas, flores, frutos,
raízes, sementes), tenham ou não elementos
de ligação. Exemplos:
bem-te-vi, peixe-espada,
peixe-do-paraíso,
mico-leão-dourado,
andorinha-da-serra,
lebre-da-patagônia,
erva-doce, ervilha-de-cheiro,
pimenta-do-reino,
peroba-do-campo,
cravo-da-índia
Obs.: não se usa o hífen, quando os
compostos que designam espécies botânicas
e zoológicas são empregados
fora de seu sentido original. Observe a
diferença de sentido entre os pares:
a) bico-de-papagaio (espécie de planta
ornamental) - bico de papagaio
(deformação nas vértebras).
b) olho-de-boi (espécie de peixe) -
olho de boi (espécie de selo postal).

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal
colocado sobre a letra u para indicar
que ela deve ser pronunciada nos grupos
gue, gui, que, qui.
Como era Como fica
agüentar aguentar
argüir arguir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente
ensangüentado ensanguentado
eqüestre equestre
freqüente frequente
lingüeta lingueta
lingüiça linguiça
qüinqüênio quinquênio
sagüi sagui
seqüência sequência
seqüestro sequestro
tranqüilo tranquilo
Atenção: o trema permanece apenas
nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
Exemplos: Müller, mülleriano.
Mudanças no alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram
reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo passa a ser:
A B C D E F G H I
J K L M N O P Q R
S T U V WX Y Z
As letras k, w e y, que na verdade
não tinham desaparecido da maioria
dos dicionários da nossa língua,
são usadas em várias situações. Por
exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades
de medida: km (quilômetro), kg (quilograma),
W (watt);
b) na escrita de palavras estrangeiras (e
seus derivados): show, playboy, playground,
windsurf, kung fu, yin, yang,
William, kaiser, Kafka, kafkiano.